Finalmente resolvi escrever mais um capítulo meu na Índia, quem ainda não leu aqui está a Parte 1 e aqui a Parte 2. Em Rishikesh comprei uma passagem de ônibus para Dharamshala para mais incontáveis horas de viagem, por estradas estreitas cheias de curvas, em que o ônibus ia parando para embarque ou desembarque. Parece uma viagem sem fim.
Dharamshala fica bem no norte, próximo ao Paquistão e ao Tibet. Muitas pessoas não sabem, mas esta é a cidade que abriga muitos refugiados tibetanos, inclusive o próprio Dalai Lama. A religião mais praticada é o Budismo, não o Hinduísmo como na maioria da Índia. os templos budistas predominam, a população é de maioria tibetanos e dá a impressão que você saiu da Índia.
É visível a diferença sociocultural em relação as demais cidades que visitei até então.
Dharamshala é rodeada pelas picos cobertos de neve dos Himalaias, faz muito frio e chove com frequência. Não estava preparada para a mudança drástica no clima e tive que comprar roupas mais quentes. O lugar é bem tranquilo, as pessoas são mais calmas, o ar é mais puro, as ruas são mais limpas e é possível andar com mais tranquilidade e apreciar as vistas incríveis que o lugar tem. Aproveitei para visitar o templo onde o Dalai Lama vive, conheci um pouco mais sobre a cultura, parava várias vezes para relaxar e tomar chá nos muitos caffees que tem espalhados por lá, visitei as inúmeras lojinhas de artesanato e experimentei alguns restaurantes de cozinha tibetana também.
Adorei Daramshala!
Saí de Daramshala numa manhã chuvosa e mais uma vez embarquei em um ônibus, desta vez com destino a Manali. Cheguei ao destino exausta depois de umas 12 horas de viagem e fui direto para o hotel. O clima em Manali é frio também, passei a noite mais fria da vida e, além de estar com dois cobertores, acordei ao meio da noite e vesti quase todas as roupas que tinha na mala para conseguir ficar aquecida.
Na manhã seguinte saí para conhecer a cidade e comprar mais um casaco. Apesar das noites super frias os dias estavam ensolarados e mais quentinhos. A cidade é muito visitada por turistas e adorei os vários restaurantes e bares nas colinas, com vistas incríveis onde é possível fazer várias amizades com outros turistas, em sua maioria israelitas, mas também muitos europeus que já estão viajando pela Índia à meses ou que visitam a região com frequência.
Manali é conhecida como “Vale dos Deuses”, para minha surpresa, dei a sorte de estar na cidade justo no Kullu Dussehra, festival Hindu que celebra o triunfo do bem sobre o mal. São procissões e rituais com muita cor e percussão, experiência incrível!
Visitei também o Templo Hidimba Devi, que foi construído em 1553 na caverna onde Hidimba costumava meditar. O templo fica cercado por uma floresta de cedro, de tirar o fôlego, e vale muito a pena a visita.
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